quarta-feira, 14 de abril de 2010

I Ching

O I Ching é anterior a dinastia Chou (1150-249 a.C.) e era composto por um conjunto de oito Kua, figuras formadas por três e seis linhas sobrepostas.


Legge (1882), traduziu o I ching para o inglês e adicionou uma nova nomenclatura as figuras formadas por três linhas sobrepostas chamando-as de trigrama e de hexagrama o de seis, diferenciando-os assim um conjunto de linhas do outro.

A origem dos 64 hexagramas é atribuída a Fu Xi, o criador mítico chinês, e até a dinastia Chou eles formavam o I. Os oito trigramas têm nomes não encontrados em chinês, tendo uma origem reconhecida como pré-literária. Mas, a verdade é que não se pode negar o obscurecimento do tempo a respeito da compreensão das linhas. Sabe-se que no começo da dinastia Chou surgiram dois anexos: o Julgamento, atribuído pela tradição ao rei Wên, e as Linhas, atribuídas a seu filho, o duque de Chou, ambos fundadores desta dinastia. Até mesmo o significado dos textos ficou obscuro e no século VI a.C. foram acrescentadas as Dez Asas, que a tradição atribui a Confúcio, embora seja claro que a maioria delas não pode ser de sua autoria. O nome "I Ching" é dado ao conjunto dos Kua e todos os textos posteriores.

O I Ching escapou da grande queima de livros feita pelo tirano Ch'in Shih Huang Ti, no tempo em era considerado um livro de magia e adivinhação, o que levou a escola de magos das dinastias Ch'in e Han a interpretá-lo segundo outras visões A doutrina do yin-yang foi sobreposta ao texto. O sábio Wang Pi veio a resgatá-lo como livro de sabedoria.

Há várias traduções do "I Ching" para línguas ocidentais, algumas caracterizam-no como um livro primitivo, tratando a própria cultura chinesa como primitiva, o que é um engano. A tradução de Legge fez parte da série Sacred books of the East (Livros sagrados do Oriente), e foi traduzida também para o português.

Richard Wilhelm traduziu o I Ching para o alemão ao longo dos anos em que viveu na China, inclusive durante a invasão japonesa, quando a cidade em que estava foi cercada. Teve o apoio de um velho e sábio mestre, Lao Nai Suan, que morreu ao ser concluída a tradução. A edição alemã foi realizada no ano de 1923. Wilhelm traduziu também outro clássico chinês, o Tao Te Ching.

A tradução para o português custou três anos de trabalho.


Referências

Wilhelm, R.. I Ching, Ed. Pensamento 20ºEdição. 2002.

James Legge, J. I Ching: o Livro das Mutações. Ed Hemus. 18º Ed. 2004

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